Hoje apetece-me falar contigo sabendo que me lês noutra altura.
Hoje estou com a negritude na alma, aquela que penso não conheceres, estimo-te, por isso deixa-me falar sabendo que não vais criar juízos de valor.
Nada de negócios, nem de amores, a bílis que rebenta às vezes, questiono-me porque penso, questiono a minha revolta, o meu desamor, a ira, a insatisfação, por vezes carrego o peso do mundo, triste, infindável, carrego pesos demasiados amargos para a minha boca.
Esta sou eu, triste e só (que paleio tenebroso...). Imagino-te com aquele ar preocupado ou como dizes, cinzentão... não o faças, não mereço essa preocupação, não quero pancadinhas nas costas, não quero "penas", nem confortos, estamos na selva e continuo a ser uma leoa, ainda que dorida, cambaleante, não consigo parar de lutar.
Tenho pouco tabaco... olho para o monitor e temo que fujas de mim, mas esta Sou eu, no meu lado desconhecido, a portuguesinha de sorriso fácil, e deves faze-lo, fugir de mim, fugir com todo as ganas que tenhas, o meu negrume apagaria essa chama, esses olhos cor indefinida, tenho pensado tanta coisa, estou tão cansada, cansada de mim, lágrimas tantas, a incerteza e o medo, tolhida pelo medo, medo do fracasso, medo de ser feliz, lembro-me do meu irmão chamar-me e apontar: - Ouviste? Estas a ouvir as vozes? E eu não ouvia nada, e espero não as ouvir nunca, não quero ouvir vozes, não quero ouvir mais nada, nem as folhas, nem a lua, as marés vivas que na minha casa batiam o vento , não quero ouvir o cheiro do mar, sempre o mar.
Desculpa ser assim sem retorno, não terei retorno nunca.
Um beijo,
Estrela
1 comment:
Anima-te, mulher!
Beijos
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