Friday, June 8, 2007

Bom dia!

Estas foram as tuas palavras quando fizemos amor pela primeira vez: Bom dia!
Por incrível que pareça contigo não consigo foder, apenas fazer amor com todo o amor que tenho para dar.
Eu de olhos fechados, a tremer como canas verdes, pegaste nas minhas mãos e colocaste-as nos teus ombros, abri os olhos, bom dia era apenas: olha para mim, coisa que nunca mais consegui deixar de o fazer.

Ainda hoje olho para ti assim nos meus sonhos, se não fosse a distância dizes tu: rebentavamos com a nossa vida, digo eu: a minha vida está mais que rebentada.

Odeio-te com todas as forças que a paixão tem, entranhaste-te na minha pele, os cigarros molhados num quarto de hotel, as gargalhadas, as palavras sem nexo, o teu andar andarilho, balbuciares palavras incompreensíveis enquanto entras á minha frente nos restaurantes, adoro a tua pronúncia "mouro-beirã". Eu em tentativa de constante equilíbrio nos meus saltos altos sobre os passeios calcetados, tu a cantarolar de felicidade, eu sem poder deixar de sorrir.

Estares á minha espera em Santa Apolónia sem nunca te atrasares, olhares-me de cima abaixo, esconder-me atrás dos pilares porque não quero que me olhes, sou por demais desprezível.
Dois beijos na face: então estás bem? Levas-me o portátil se não te importas? Tens água no carro? Então estás bem?( outra vez...)
A vidinha do costume...
Quando há tanto para dizer bem menos abnóxio, bem mais sentido.
Dizer-te: despe-me já, beija-me, diz-me bom dia como só tu o sabes fazer e serei a mulher mais feliz à face da terra.

6 comments:

Gasolina said...

Ah! isso é Amor!
E é fantástico!
Poderoso!
(não tenhas medo...baixa um bocadinho a guarda, sorri que és linda, diz-lhe "amo-te"...sabe tão bem, não dói nada).
Sabes? há uns anos, fiquei maluquinha, à séria, deixei de saber escrever, assinar o meu nome,coreografar e dançar, ir à rua despejar o lixo, essas parvoeiras todas...e um dia descobri que se ficasse mesmo fora de mim, da minha pessoa, nunca tería oportunidade de dizer àqueles que amo, que os amo. Claro que assim que comecei a dizer, isto criou um confusão danada, pois as pessoas não estão habituadas a ouvir o que nos vai na alma e, nessa altura é que pensaram mesmo que me tinha passado!

Resumindo: não sejas tão dura contigo própria. VIVE!

Um beijo.

PS.: desculpa lá o "sermão"...

Inspector Varejeira said...

Todos temos a nossa "capa", o problema é escolher quando a devemos abrir ou manter fechada.

É curioso que das poucas paixões que vivi, aquela em que menos me abri foi aquela que vivi mais intensamente até à exaustão e desfecho.

Uma vez uma velhinha muito simpática disse-me que não era preciso muito amor, só aquele que é estritamente necessário. Acabei por mais tarde concordar com ela, normalmente muito amor nunca é sinónimo de estabilidade emocional (pelo menos no meu caso).

Estrela da Liberdade said...

Gasolina,
Já te considero minha amiga, sermão não é nenhum :)

Inspector obrigado por tudo, como és gajo, não fica bem dizer que também és meu amigo, apenas um puto bués da baril, a quem muito estimo.

Inspector Varejeira said...

Não percebi a do puto... mas gostei.

Já me chegaram a dar dez anos a menos daqueles que tenho realmente, mas incomoda-me que as pessoas achem que eu tenha pouca maturidade...

Vou já largar a cerveja e o charro de erva e enfiar-me na cama.

Hoje em dia o conceito de amigo foi estupidificado pelo hi5. Milhares e milhares de pessoas a quererem ser "amigas" umas das outras numa ansiedade frenética. Porquê ???
Nem sequer se conhecem realmente.
Neste aspecto se calhar sou mesmo cota...

Estrela da Liberdade said...

Inspector,
Perdoa se me expliquei mal. Puto baril= termo afectuoso, nunca insultuoso, se calhar es mais velho que eu, ainda que acredite que a idade está na alma de cada um.
Um beijo

Inspector Varejeira said...

É claro que não levo a mal. E se levasse a mal era parvo. Deixa-te ser e estar como és e se tiveres alguma vez problemas com aquilo que os outros pensam, manda foder isso. Desde que nos sintamos bem com aquilo que somos, o resto que se foda.

Fica bem.